PARCEIROS
Sócia da Natureza Reflorestamento, a Bela Vista Florestal e o melhoramento genético do cedro australiano no Brasil.
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Introduzido no país pela antiga Aracruz Celulose há mais de 40 anos, o cedro australiano (toona ciliata) foi plantado no norte do Espírito Santo, nas áreas de teste da empresa, que apesar de não optar por seu cultivo em larga escala, viu na espécie uma promessa de alta renda para produtores rurais. Através de doações de mudas a produtores, prefeituras e ao INCAPER, a Aracruz iniciou a difusão da cultura. Até então o material genético que estava sendo plantado foi trazido com o foco de se adaptar àquela região específica. Daí em diante, foram os próprios produtores de cedro que continuaram sua disseminação, através de coleta de sementes feita sem critério e da introdução em outros estados, alguns com condições de solo e clima completamente diferentes da região inicial. Começou assim uma série de equívocos, bastante comuns nos empreendimentos com novas espécies florestais. Além de desconsiderar as diferenças geográficas do país, que é praticamente um continente, e querer forçar a adaptação da espécie em áreas inadequadas, o empreendedor não procurou informações seguras sobre o manejo da cultura. Se tivesse procurado, veria que naquela época, simplesmente não havia pesquisa sobre nutrição, pragas e doenças, uso de herbicidas, podas e desbastes, produtividade e etc.
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Em 2003, por indicação de professores da Universidade Federal de Viçosa, a Bela Vista Florestal se interessou e começou a trabalhar com a espécie. Logo em 2005, em função da falta de material genético de qualidade, e de toda a base teórica citada anteriormente, a empresa percebeu que para levar o cedro a sério como negócio, teria que gerar as informações necessárias, pois não havia nenhuma outra empresa no país fazendo isso. E por um motivo óbvio; pesquisa e melhoramento florestal são processos caros, lentos e arriscados. Apenas grandes empresas (celulose e siderurgia) tinham porte suficiente para esse tipo de empreitada, mas pelas características de seus produtos, não se interessavam por madeira sólida.
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A Bela Vista, viu essa deficiência da cultura como oportunidade de negócio e resolveu investir em um projeto de melhoramento genético e clonagem de cedro australiano.
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A falta de qualidade da semente era um dos principais problemas. A cada ano não se sabia se haveria quantidade nem qualidade disponível. Nos anos anteriores à crise econômica de 2008, uma euforia tomava conta do setor florestal, com preços altos e demanda por tudo o que se produzisse. Com isso, oportunistas entravam no mercado, e a qualidade das mudas e sementes disponíveis chegou a um péssimo nível.